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Hot Skills e a evolução do pensamento

Publicado em: 05/10/2022

As pessoas adoram dar nomes às coisas. Vemos essa necessidade descrita no começo do livro de Gênesis, na Bíblia:

"Depois que formou da terra todos os animais do campo e todas as aves do céu, o Senhor Deus os trouxe ao homem para ver como este lhes chamaria; e o nome que o homem desse a cada ser vivo, esse seria o seu nome." (Gn 2.19)

Na era moderna, passou-se a adotar o que chamo de "palavrinhas da moda", pois são lindas teoricamente falando, mas pouco é realmente colocado em prática. Neste artigo, pretendo abordar o conceito de Hot Skills e como esse conhecimento pode contribuir para a vida dos profissionais.

"Skill" é um termo em inglês que tem como significado "habilidade". As habilidades técnicas, os conhecimentos lógicos, como linguagem, matemática, estatística, técnicas de marketing e vendas, teorias administrativas etc., ou seja, tudo o que envolve o nosso lado esquerdo do cérebro, o famoso QI (Inteligência Técnica), foi batizado de Hard Skills, traduzido literalmente para Habilidades Rígidas, pois envolvem um padrão lógico de pensamento.

Abro um pequeno parêntese para analisar que, ao longo de toda a história da humanidade, o que é dito como padrão para uma época, não necessariamente o será na geração seguinte. Os métodos são atualizados de tempos em tempos e, por esse motivo, entendo que seria um equívoco chamar essas habilidades de "rígidas", uma vez que também estão em constante evolução. Também não podemos afirmar que são infalíveis, pois a Física Quântica, por exemplo, trouxe vários questionamentos pertinentes que nos fazem refletir sobre a nossa realidade. Uma parede sólida na realidade não é sólida, mas um conjunto de átomos vibrando em altíssima velocidade, o que traz a aparência de solidez. O átomo possui mais espaços vazios do que massa propriamente dita, o que nos faz pensar que nem tudo o que percebemos através dos cinco sentidos realmente é da maneira como percebemos. Há muito mais a ser descoberto e entendido. A experiência hipotética de Schrodinger demonstra esse ponto de vista com clareza.

Recentemente, houve uma ascensão do termo Inteligência Emocional (QE), o que trouxe muitos avanços, mas também muita confusão sobre o tema. Ser emocionalmente inteligente significa saber lidar com as situações de modo equilibrado, interagindo com o meio e as circunstâncias de maneira que o seu interior não seja abalado. Trata-se de autoconhecimento e compreensão do comportamento alheio.

Vimos muitas pessoas falando sobre Empatia e Resiliência, por exemplo. Apenas se esqueceram o que realmente essas palavras significam. Colocar-se no lugar de outra pessoa não é se sacrificar pelo outro e muito menos assumir as responsabilidades dos outros. Significa compreender a visão de mundo da outra pessoa. Ser resiliente não significa se submeter à humilhações, não ter amor próprio e muito menos aceitar ser escravizado pelos outros, mas ser alguém que, diante de desafios, consegue se manter firme para realizar o objetivo. Esses sentimentos, associados ao nosso lado direito do cérebro, nosso centro criativo e imaginativo, são chamados de Soft Skills, ou Habilidades Sutis. São sutis, pois se tratam de algo abstrato, que envolvem o raciocínio particular de cada indivíduo, ou seja, sua visão de mundo, e não um conjunto preciso de regras seguidas por uma maioria. Se analisarmos dois empreendedores de sucesso, perceberemos que cada um deles tem seu próprio mapa mental para empreender. Cada um conquistou o que desejava por um caminho mental diferente, mas ambos atingiram o objetivo buscado.

Até bem pouco tempo, essas habilidades pareciam ser suficientes. Mas, um artigo americano publicado em 2010, já vinha apontando a possibilidade de que apenas habilidades técnicas seriam insuficientes para atender a nova demanda. Os consumidores estão mais exigentes e têm mais acesso à informação; várias profissões que possuem rotinas repetitivas poderão ser substituídas pela automação; e equipes de trabalho passaram a ser montadas com uma enorme diversidade, pois a tecnologia permite que pessoas do mundo inteiro se conectem e trabalhem em conjunto. As empresas passaram a necessitar de pessoas que tenham um conjunto de habilidades para lidar com essa nova realidade. Ser um gênio da informática, por exemplo, pode não significar muito, se esse profissional não tiver habilidades de comunicação e interação com pessoas, e não tiver um olhar empreendedor e de negócios.

Assim, outro termo surgiu: as Hot Skills. Essas habilidades ainda não caíram nas graças do brasileiro, mas, sutilmente, já estão ganhando o seu espaço. São as habilidades que dão significado para as demais. É a capacidade de resolver problemas, analisar, avaliar, imaginar, criar conexões de ideias, entre outras habilidades. Estão interligadas com a nova forma de inteligência que está sendo estudada desde a virada do milênio, a Espiritual (QS). Espiritualidade, segundo Pam Grout, é o que ainda nos é desconhecido, mas que atua em nossas vidas, mesmo que não damos atenção. Trata-se de transformar o conhecimento adquirido em sabedoria prática.

As Hot Skills são conhecidas como "pensamento de ordem superior", que envolvem:

1) Saber aplicar o conhecimento adquirido em resolução de problemas e realizar experimentos.


Conforme um outro artigo, um aluno poderia ser estimulado a desenvolver essa capacidade em linguagem, por exemplo, ao experimentar, de modo prático, rimas e o uso da sintaxe em uma poesia, resolver mistérios através de pistas ou atuar em uma peça teatral. Isso envolve liberdade para realizar experimentos e criar hipóteses, sem pré-julgamentos, além da aprendizagem através de tentativa e erro.

Quando se experimenta algo novo, quando a criatividade está em ação, erros poderão acontecer e deverão ser encarados como grandes aliados para a compreensão dos fatos e, evidentemente, para a vitória. A ideia antiga de que não se pode errar e que isso é característica de uma pessoa fracassada precisa ser superada. A invenção da lâmpada e do WD-40 são grandes exemplos de que essa afirmação é verdadeira. Nenhuma dessas ideias foram bem sucedidas em sua primeira tentativa. Ambas foram aperfeiçoadas a cada experiência até que se chegasse na fórmula perfeita para o sucesso. Somente uma pessoa livre consegue tal façanha.

2) Capacidade de análise, para identificar padrões e organizar ideias.


O uso de post-its para resumo e organização de ideias, modelagem de negócios, o conceito de Design Thinking são alguns exemplos da aplicação prática dessa habilidade. Permite que o ser humano visualize a situação como um todo, podendo tornar-se um visionário. Envolve um pouco de raciocínio lógico, mas necessita de muito mais capacidade de visualização mental.

O famoso Canvas para modelagem de negócios nada mais é do que um "quadro da visão", onde o empreendedor pode colocar todas as ideias no papel e testar para ver se as estratégias se conversam. Uma vez que o modelo ideal é criado, só é preciso testá-lo para vê-lo em pleno funcionamento. Não é muito diferente das técnicas de visualização para conquistar a casa dos sonhos ou o relacionamento dos sonhos. Tudo começa no mesmo ponto: a mente, para depois tomar forma.

O ser humano está muito acostumado a trabalhar dentro da causalidade, onde um evento desencadeia outros eventos que aparentam ser completamente explicáveis. Dessa maneira, se acostuma a viver dentro de uma caixa fechada, onde nenhuma criação verdadeira acontece. Será preciso ver as coisas de uma maneira diferente do que estamos acostumados. Não bastará apenas ler dados matemáticos para deduzir a direção de um determinado evento. Os dados numéricos precisam de dados qualitativos para a compreensão de um cenário completo. A interpretação dos fatos se torna muito importante e, novamente, vemos a necessidade de abandonar pré-conceitos, para que não haja uma distorção da realidade, embaçando a visão do futuro. Isso significa que os profissionais precisam se atentar aos eventos em si, e não em colocar suas opiniões pessoais na análise.

Por exemplo: no RH, existe o indicador absenteísmo, que demonstra a porcentagem de faltas e atrasos ocorridos no ambiente de trabalho. Olhar somente para os números poderá trazer algumas hipóteses, mas não trará uma justificativa clara dos resultados. Pode-se dizer que a empresa possui mais ou menos funcionários afastados ou faltando em excesso. Mas, por qual motivo isso está acontecendo? As pessoas estão ficando desgastadas por causa do trabalho? Ou será que a empresa está proporcionando um ambiente tóxico? Ou será que os funcionários contratados não estão de acordo com os valores da empresa, o que estaria causando desmotivação? São inúmeras as explicações e para compreender o que está ocorrendo será necessário mergulhar na realidade e, acima de tudo, estar aberto para os resultados que serão obtidos. Se ficar identificado que os líderes estão sendo muito autoritários diante de uma equipe altamente empreendedora, por exemplo, a empresa terá que equilibrar seu ambiente, seja mudando a composição das equipes para estarem de acordo com o tipo de liderança, seja mudando as lideranças para ficarem compatíveis com os liderados.

O que não pode acontecer é a hipocrisia que vemos constantemente em nossa sociedade, onde algo é identificado e depois se varre para debaixo do tapete, pois "o que os olhos não veem, o coração não sente". Isso é maquiar a realidade para que ela aparente ser como algumas pessoas querem. Uma hora, o acúmulo de lixo ficará tão grande que não dará mais para esconder e ficará tão evidente que, ou uma catarse acontece para tirar as pessoas da zona de conforto (que afirmo categoricamente que na maioria das vezes não é confortável), ou a empresa, o profissional, a civilização que age dessa maneira será destruída por sua própria ignorância.

3) Capacidade de prever, concluir ou deduzir o que acontecerá em seguida, com base nos dados atuais. 


É uma habilidade importante para interpretar o que está nas entrelinhas de um texto, por exemplo. Contribui para o desenvolvimento da capacidade crítica do indivíduo. Aqui temos um grande paradoxo com a realidade atual, pois ao mesmo tempo em que a sociedade clama por indivíduos que saibam interpretar a realidade e tragam soluções criativas para os problemas da era moderna, vemos também uma sociedade egocêntrica que não quer que as pessoas tenham liberdade para expressar suas opiniões ou para criar algo que não obedeça aos padrões convencionais. Não é preciso muito para se dizer que uma sociedade assim não irá muito longe, pois a criatividade depende 100% de liberdade de ação e expressão.

Esse conjunto de habilidades está bastante interligado com as anteriores e é preciso cautela para não confundir previsão do futuro com base nas informações atuais, com o comportamento de não querer saber todos os lados de uma questão, por incompetência ou preguiça, e apenas deduzir algo sem uma base sólida, o famoso "achismo". Vejo muito isso nas salas de aula. Alguns alunos estão tão exaustos com a exposição excessiva às informações, assim como com a imposição de comportamentos que as figuras de autoridade lhes submetem, que não prestam atenção nos detalhes. Eles leem ou ouvem uma história superficialmente e já saem proferindo suas opiniões, sem nem ao menos saberem exatamente o que estão dizendo. O mesmo pode-se dizer da mídia tradicional. Muito do que é dito é baseado em "achismos" e não em um estudo aprofundado da realidade.

Steve Jobs foi capaz de olhar profundamente para o caminhar da humanidade e perceber como a tecnologia poderia ser útil para sua evolução. Dizem que a ideia do IPad (o “tablet” da Apple) surgiu nos anos 90, quando as pessoas ainda rejeitavam essa tecnologia. O fato é que, só quando as mentes das pessoas pararam de rejeitá-la, é que foi possível colocar o produto no mercado. Não seria muito mais fácil, se pudéssemos evoluir na mesma velocidade dos grandes gênios que já passaram pelo nosso planeta?

Essa Hot Skill envolve o uso da imaginação para se inserir no "futuro". Tesla aplicava essa atitude em seus inventos. Ele visualizava mentalmente o projeto de uma máquina até que estivesse perfeito para ser colocado em prática, e só então a construía fisicamente. Isso evitava desperdício de materiais e de tempo. Ele criava uma "obra de arte" e não um mero objeto para ser "empurrado" ao consumidor.

Também envolve a capacidade de sintetizar ideias. Mas, em uma sociedade acostumada a se vitimizar por qualquer coisa, como ser um profissional capaz de realizar tal feito? Somente quem se desprende da dualidade, consegue ter uma visão prática e objetiva.

4) Saber avaliar uma situação, fazer comparações úteis e julgar os fatos.


Novamente, envolve a capacidade de análise crítica e criação de estratégias, como podemos ver em debates, por exemplo. É algo mais profundo do que as pessoas imaginam. Mais uma vez, vemos a necessidade de olhar para todos os lados de uma questão e tomar uma decisão imparcial e objetiva.

Vimos o fiasco dos debates eleitorais, pois muito foi falado sobre indivíduos e suas características, mas muito pouco foi abordado sobre projetos para o futuro. A maioria das pessoas se distrai com falácias e polêmicas. É por isso que os reality shows fazem tanto sucesso. O que importa são os "barracos". Quanto mais, maior a audiência. Essa é uma grande distração para o ego que não deseja amadurecer. Contudo, quando se trata de assuntos sérios, como a administração de uma nação, é triste ver a mesma lógica ser aplicada. Foi assim que grandes impérios como os maias, os egípcios e até mesmo a antiga Roma foram varridos da face da Terra.

A grande técnica narcisista de distração e separação das pessoas foi extremamente eficaz até agora. A civilização atual não é muito diferente dos antigos bárbaros. Antes, se usava a espada; hoje, se usa a boca. Na época de Daniel, jogavam as "personas non gratas" na cova dos leões para que o espetáculo fosse apreciado pelo povo sedento de sangue. Hoje, basta colocar alguma palavra na internet e o "circo pega fogo". A ferramenta pouco importa. O que importa é o desejo de aniquilar o próximo. Temos tecnologia e globalização, mas o ser humano continua lutando pela sobrevivência semelhantemente ao homem das cavernas.

O fato é que a capacidade de análise crítica só pode ser desenvolvida através de uma mente filosófica. Essa mente precisa ser estimulada a avaliar as situações como realmente são, livre de pré-conceitos, para se chegar a uma conclusão lógica. Do contrário, só teremos pessoas que falam muito sem dizerem absolutamente nada de útil. Dentro do reinado do ego, a lógica não existe. O que existe é apenas um grande "castelo de cartas" que, ao menor sopro, desaba. Uma pessoa que deseja desenvolver sua capacidade de argumentação deve ser um grande cientista, aplicando as habilidades descritas no item 1. Só assim terá ferramentas o suficiente para construir uma avaliação mais precisa e que não será levada tão facilmente pelo vendaval.

Através dessa breve análise (digo "breve", pois esse assunto poderia ser esmiuçado em um livro inteiro) é possível compreender que o que estão chamando de Hot Skills nos EUA, ou na tradução literal "Habilidades Quentes", são extremamente simples, porque envolvem o retorno do ser humano à sua origem, mas também são extremamente complexas, porque exigem uma completa mudança de paradigmas. O que as empresas e a sociedade estão pedindo ainda não está de acordo com o que realmente querem. Somente quando essa dualidade interior for vencida, essas habilidades farão sentido.

Isso não significa que não veremos o seu uso no meio empresarial. Aliás, mesmo que esse tópico ainda não tenha ganhado muita visibilidade por aqui, eu já vejo pessoas agindo com essa linha de raciocínio, tanto na vida pessoal, como na vida profissional. Como o prof. Hélio Couto identificou, está na hora das pessoas espiritualizadas entrarem nos negócios e revolucionarem o modo como tudo está sendo feito. Será esse salto de consciência que irá trazer mais prosperidade para todos e a possibilidade de abandonarmos o pensamento de escassez definitivamente.

Wallace Wattles disse que o mundo não está indo para o inferno, está indo para Deus, e eu acredito nessa afirmação. A cada dia, estamos modelando nossa realidade e, em algum momento, se tornará uma obra prima. Estamos apenas fazendo ajustes no modelo para nos alinharmos com a perfeição contida em nossa Imagem Verdadeira. O modo mais efetivo de realizar esse feito: evoluirmos de pessoas cheias de conhecimentos e sem perspectiva, para pessoas com sabedoria e senso prático. E as Hot Skills estão aí exatamente para nos ajudar a dar esse salto.

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Um abraço e até a próxima! 



Sou Nathalie Gomes, Palestrante, Consultora, Coach Executiva, Comunicadora, Mentora, Empreendedora e Visionária. Minha maior riqueza é o conhecimento que acumulei ao longo da minha existência. Me formei em Administração e MBA Executivo em Coaching, possuo 20 anos de experiência em Empreendedorismo, Marketing, Vendas, Comunicação, Gestão de Negócios e MPEs (Micro e Pequenas Empresas). Sou especialista autodidata em psicologia comportamental, inteligência emocional/espiritual e assédio moral. Como posso ajudar no seu desenvolvimento pessoal e profissional? Entre em contato: comercial@acordeparavencer.com.br



*Fotos: Pixabay.com

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